Entenda as diferenças entre piso tátil de alerta e direcional | Universal Acessibilidade - Produtos de Acessibilidade

Ao caminhar pela cidade, você já notou aquelas faixas em alto-relevo no chão? Para muitas pessoas, elas podem passar despercebidas, mas, para quem tem deficiência visual, o piso tátil é essencial.

O que muita gente não sabe é que existem dois tipos principais: o piso tátil de alerta e o piso tátil direcional. Cada um tem uma função específica e é aplicado de forma estratégica para orientar e proteger os pedestres.

Continue a leitura e entenda as diferenças entre eles!

Onde surgiu o piso tátil?

O piso tátil foi inventado no Japão em 1965 pelo engenheiro Seiichi Miyake.  Ele desenvolveu esse recurso para ajudar um amigo que estava perdendo a visão. O primeiro local a receber o piso tátil foi uma rua na cidade de Okayama, em 1967.

Inicialmente chamado de Tenji Blocks, ele foi projetado para fornecer orientação e segurança às pessoas com deficiência visual. O sucesso foi tanto que, nos anos seguintes, o Japão tornou obrigatório o uso do piso tátil em estações de trem e outros espaços públicos.

Hoje, o piso tátil é um padrão mundial de acessibilidade e é utilizado em calçadas, transportes públicos e prédios ao redor do mundo.

O que é o piso tátil?

O piso tátil é uma superfície de revestimento projetada para orientar e alertar pessoas com deficiência visual por meio do tato, seja pelos pés ou pelo uso de bengalas. Por isso, ele é essencial em espaços urbanos e interiores, garantindo maior independência e segurança na mobilidade.

Os pisos táteis são regulamentados pela ABNT NBR 9050/2020, que estabelece padrões de acessibilidade para espaços públicos e privados. Além disso, também são abordados pela ABNT NBR 16.537/16, que especifica requisitos técnicos para sua fabricação e instalação.

Existem dois principais tipos de piso tátil: alerta e direcional. Vamos entender melhor suas diferenças e funcionalidades a seguir.

Piso tátil de alerta: um sinal vermelho para obstáculos

O piso tátil de alerta é projetado para indicar a presença de obstáculos ou mudanças bruscas no caminho. Portanto, ele é caracterizado por relevos em formato de bolinhas, que podem ser facilmente percebidas pelo contato dos pés ou da bengala. 

Esses relevos cumprem funções importantes, como:

  • Alertar sobre desníveis e riscos iminentes;
  • Informar sobre mudanças na trajetória;
  • Indicar a necessidade de atenção redobrada.

Onde deve ser utilizado:

  • Início e fim de escadas;
  • Início e fim de rampas;
  • Plataformas de embarque (metrô, trem, ônibus);
  • Travessias de pedestres;
  • Entradas e saídas de elevadores;
  • Locais com mudanças bruscas de direção.

O piso tátil de alerta é como um aviso de “pare e preste atenção” para deficientes visuais. Por isso, ele sinaliza locais onde é preciso reduzir a velocidade e avaliar os próximos passos com cautela.

Piso tátil direcional: o caminho seguro a seguir

Diferente do piso tátil de alerta, o piso tátil direcional tem como objetivo indicar um percurso seguro. Ou seja, ele possui relevos em formato de faixas paralelas, criando um guia que facilita a orientação em ambientes públicos e privados.

Portanto, esse tipo de piso serve para:

  • Direcionar o trajeto;
  • Facilitar a autonomia na mobilidade;
  • Garantir deslocamento seguro e eficiente.

Onde deve ser utilizado:

  • Corredores extensos (hospitais, escolas, shoppings);
  • Passarelas e calçadas;
  • Interior de estações de metrô, trem e ônibus;
  • Aeroportos;
  • Entrada de edifícios e serviços públicos.

Dessa forma, se o piso tátil de alerta funciona como um aviso de parada, o piso tátil direcional age como um mapa, guiando o caminho.

Instalação correta

Portanto, para que os pisos táteis sejam eficientes, sua instalação deve seguir algumas normas fundamentais. São elas:

  • Cores contrastantes: o piso tátil deve ter uma cor que contraste com o solo ao redor, facilitando sua identificação visual;
  • Altura dos relevos: os relevos precisam ter dimensões padronizadas para garantir a percepção tátil;
  • Distância entre elementos: os espaçamentos devem estar dentro das normas da ABNT para evitar confusão;
  • Material antiderrapante: a segurança é primordial, portanto, o piso tátil deve ser resistente e antiderrapante.

Benefícios do piso tátil

O uso adequado dos pisos táteis traz inúmeros benefícios, tanto para pessoas com deficiência visual quanto para a sociedade como um todo, entre eles:

  • Maior segurança na locomoção;
  • Inclusão e acessibilidade para todos;
  • Facilidade na orientação em espaços urbanos e privados;
  • Atendimento às normas de acessibilidade, evitando multas e penalizações.

Materiais utilizados: qual o piso tátil ideal para cada espaço?

Você já notou que o piso tátil pode variar bastante de um lugar para outro? Isso acontece porque ele pode ser feito de diferentes materiais, cada um com características específicas para diferentes ambientes e necessidades. 

Por isso, entender essas variações pode ajudar tanto na escolha correta em um projeto quanto na hora de avaliar se a instalação foi bem pensada.

Agora, veja os principais tipos abaixo.

  • Borracha: flexível, de fácil instalação e ótimo para ambientes internos – como corredores, shoppings, escolas e empresas. É confortável ao toque e ideal para locais onde não há tanta exposição às condições climáticas;
  • PVC: semelhante à borracha, é resistente, tem boa durabilidade e ainda pode ser encontrado em versões autocolantes. É uma boa opção para áreas internas com grande fluxo de pessoas;
  • Concreto: muito utilizado em áreas externas, como calçadas e praças. É resistente às mudanças climáticas e ao desgaste, mas precisa ser bem instalado e com acabamento antiderrapante.

Erros comuns na instalação 

O piso tátil é essencial para a acessibilidade, mas uma instalação incorreta pode causar mais problemas do que soluções.

Já imaginou uma faixa direcional que leva direto para um obstáculo? Ou um piso de alerta que não sinaliza absolutamente nada? Pois é — esses erros acontecem com mais frequência do que deveriam. 

Um dos problemas mais comuns é o posicionamento incorreto. O piso tátil direcional, que deveria guiar pessoas com deficiência visual, muitas vezes acaba interrompido no meio do caminho ou não leva a lugar nenhum. 

Já o piso de alerta, usado para indicar perigos ou mudanças de percurso, muitas vezes é instalado em locais inadequados — ou está ausente justamente onde é mais necessário.

Outro erro frequente está na falta de contraste. Para cumprir sua função, o piso tátil precisa se destacar visualmente em relação ao chão ao redor. Mas, em algumas instalações, ele tem quase a mesma cor do piso ao redor, dificultando sua identificação.

Além disso, há casos de materiais inadequados ou de baixa qualidade, que desgastam rapidamente e perdem a textura essencial para a segurança dos usuários. Isso sem falar nos pisos táteis instalados de forma irregular, criando pequenos degraus que, em vez de ajudar, podem se tornar obstáculos perigosos.

Considerações finais

Portanto, garantir acessibilidade não é apenas uma questão de cumprimento de normas, mas de respeito e inclusão social. Nesse sentido, o piso tátil de alerta e o piso tátil direcional desempenham papéis fundamentais na mobilidade de pessoas com deficiência visual, proporcionando segurança e independência.

Dessa forma, ao investir na instalação correta desses recursos, é possível promover uma sociedade mais igualitária, onde todos podem transitar com liberdade e segurança. 

Se você tem um empreendimento ou está planejando uma obra, certifique-se de incluir o piso tátil no projeto. A acessibilidade é um direito e um compromisso de todos.

Agora que você já sabe a diferença entre os pisos táteis de alerta e direcional, observe ao seu redor. Eles estão corretamente instalados na sua cidade? Se não, é hora de cobrar por um ambiente mais acessível!

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